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A ascensão da XP

Quem é a XP? Valores, dimensão e números


Uma das maiores corretoras independentes do Brasil, a XP Investimentos é uma Corretora de Câmbio, Títulos e Valores Mobiliários. Atualmente, conta com uma ampla variedade de produtos e serviços dentro do Mercado Financeiro, e, devido a isso, consegue atender aos mais diversos perfis de investidores. O que faz com que a empresa se destaque em seu setor, com tantos concorrentes, é o seu propósito, pautado em transformar o mercado financeiro a fim de mudar a vida das pessoas. Com isso, a XP almeja (e vem concretizando) mudar a relação dos brasileiros com os investimentos. Isso fica ainda mais evidente com os números da companhia: após 20 anos de mercado, a empresa possui em torno de R$ 817 bilhões em ativos sob custódia e mais de 3 milhões de clientes ativos.

Guilherme Benchimol, fundador da XP, no IPO da empresa na Nasdaq.

Mas como tudo isso começou?


A XP Investimentos teve início com um dos maiores nomes dentro do mundo dos investimentos atualmente: Guilherme Benchimol. Formado em Economia na Universidade Federal do Rio de Janeiro, Benchimol não teve o início de carreira que planejava, muito menos conquistou o sucesso na primeira tentativa - e nem na segunda, ou terceira. Por incrível que pareça, uma dívida de R$5 mil quase levou a XP à falência. Mas isso não foi motivo para que Benchimol desistisse de seu grande sonho: ensinar investidores comuns a investirem na bolsa de valores, transformando a realidade do mundo dos investimentos.

Tudo começou no Rio de Janeiro, em 2001, quando Benchimol, aos 24 anos, foi demitido da Investshop, corretora na qual trabalhava. Decidiu ir para Porto Alegre trabalhar na corretora Diferencial, com o intuito de viver novas experiências e trabalhar em um lugar que não fosse um grande centro econômico como o Rio de Janeiro, onde a concorrência é muito maior. Um tempo depois, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) regularizou a profissão de agente autônomo de investimentos e então Guilherme viu uma chance de empreender. Assim, se juntou a Marcelo Maisonnave, seu colega da Diferencial, mais dois estagiários, alguns computadores usados e todas as economias dos amigos que agora, viraram sócios da XP Investimentos, uma companhia de agentes autônomos de investimentos. Mas ainda não era a hora de comemorar. Devido a instabilidade econômica da época, Guilherme teve de vender seu carro e pedir dinheiro emprestado para sanar uma dívida de R$5 mil que quase levou a empresa à falência, com um amigo que logo viraria seu sócio, Julio Capua.




Marcelo Maisonnave e Guilherme Benchimol, no início da XP Investimentos.

Após conhecer mais o mercado, a XP identificou um gap no setor: a falta de conhecimento técnico e informação de seus potenciais clientes acerca dos investimentos, o que dificultava a aquisição dos mesmos ou até mesmo afastava a maioria dos brasileiros, por terem medo de investir. Naquele momento, os sócios identificaram que o que faltava no mercado - e talvez o que fosse o motivo para o negócio ter estagnado - era a educação financeira.

E foi assim que a XP começou a gerar lucro. Vendendo cursos de educação financeira com o suporte de agentes autônomos de investimentos, que viajavam pelas cidades ensinando seus clientes sobre como investir com segurança e entender mais o funcionamento do mercado financeiro. O negócio foi tão promissor que em 2007 a XP comprou a corretora Americainvest e passou a atuar como corretora de investimentos. E não podemos esquecer do que fez Benchimol não desistir, e o que fez o negócio prosperar: mudar a forma como o brasileiro se relacionava (e relaciona) com os investimentos.

Dessa forma, com o passar dos anos, cada vez mais a XP ia diversificando sua carteira de serviços e alcançando cada vez mais clientes, espaço e atenção de investidores. Foi aí que em 2013 a General Atlantic, gestora americana de growth equity, avaliou a XP em R$ 1,2 bilhão e aportou um total de R$ 570 milhões na companhia. Assim, a XP continuou crescendo com a compra da Clear Corretora em 2014 e a Rico Corretora em 2016. Esse ritmo de crescimento e aquisições chamou a atenção do Itaú, o qual adquiriu quase metade da XP por 6 bilhões de reais em 2017, o que fez com que a empresa fosse avaliada em aproximadamente 12 bilhões de reais. Para Roberto Setubal, CEO do Itaú na época, o sucesso da XP era claro, sendo considerado o maior case de sucesso do empreendedorismo dos últimos 30 anos.


Desejo de crescer mais


Com o aporte em mãos, a XP abriu seu capital (IPO) na Nasdaq, Bolsa de Valores de Nova York. A ação foi inicialmente precificada em US$ 27, acima da faixa indicativa de US$ 22 - US$ 25, o que fez com que a empresa obtivesse um valuation de 62 bilhões de reais. Com isso, a XP Investimentos conquistou o segundo maior IPO brasileiro na Bolsa de Valores de Nova York.


Perspectivas


Ao contrário de muitas empresas, o negócio de Guilherme Benchimol se viu em uma situação favorável durante a COVID-19. Com os juros baixos, muitos investidores procuraram diversificar sua carteira de investimentos, procurando, além de educação financeira, fundos e serviços alternativos - tudo que a XP sempre buscou oferecer e instigar. Agora, após 20 anos de história, a meta é atingir 1 trilhão de reais sob custódia. O que, levando em conta a história da XP, não parece muito distante.



Autor: Letícia Andreassa | linkedin





Referências










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