Bilionário com postura de rockstar, Richard Branson gosta de diversificar. Ele é dono do conglomerado de empresas que usam o nome Virgin e sua cultura descolada nos mais diferentes setores da economia global.
Quem vê seu sucesso não imagina que a dislexia e dificuldade de aprendizagem o fizeram sofrer ao longo de toda a vida acadêmica. Por conta da dislexia, Richard deixou o colégio aos 16 anos.
Antes de abandonar de vez o colégio, criou a Student, revista que foi a voz de milhares de estudantes ingleses, ao debater temas importantes e controversos, criar uma rede de apoio para jovens com dificuldades e dar espaço para o rock, com entrevistas exclusivas com Mick Jagger e John Lennon.
Em 1970 ele começou uma empresa de venda de discos pelo correio, a Virgin Mail Order, e em 1972 abriu uma rede de lojas de discos Virgin Records que viraria Virgin Megastores. A marca Virgin cresceu muito durante os anos 1980 enquanto ele fundou a Virgin Atlantic e expandiu a gravadora de música Virgin Records.
A gravadora se tornou rapidamente o principal negócio de Branson, que finalmente encontrou um modelo lucrativo ao virar a maior gravadora independente no mundo e assinar com grandes artistas como David Bowie, Rolling Stones e The Who.
Apesar de ser conhecido pelo trabalho na gravadora Virgin Records, Branson já havia criado no início dos anos 1980 mais de 50 empresas em diversos ramos como produção de vídeo, limpeza de sistemas de ar-condicionado, boates e jogos de videogame.
A história de Branson na aviação se inicia de forma curiosa. Ao passar as férias no Caribe com sua esposa, Joan Templeman, Branson se viu diante de uma frustração prosaica: teve um voo cancelado. O milionário decidiu fretar um avião e ratear os custos com outros passageiros. Com o faro para encontrar novos negócios apuradíssimo, Branson viu mais uma oportunidade.
Randolph Fields, que montava uma pequena companhia aérea, propôs uma parceria para Branson. A empreitada era grande, e o custo e o risco eram elevados. Com a entrada de Branson, a empresa de Fields foi rebatizada como Virgin Atlantic e fez seu primeiro voo em junho de 1984, entre Londres e Nova York.
A década de 1990 foi difícil para todas as companhias aéreas e a Virgin não foi uma exceção. Com o valor dos combustíveis em alta e a competição feroz jogando para baixo os preços das passagens, a Virgin Atlantic ficou com problemas de caixa e passou a ter dificuldades para pagar suas obrigações.
Para quitar as dívidas bancárias da companhia aérea, Branson foi convencido a vender a Virgin Records. Em 1992, a gravadora foi vendida por US $1 bilhão para a gigante EMI.
A partir daí Branson expandiu cada vez mais seu portfólio, criando empresas nos mais diversos ramos. Em 1999 Branson entra no ramo de telecomunicações com a Virgin Mobile e, no ano seguinte, com a Virgin Australia. Já em 2004, assinou acordo para que a Virgin Galactic, uma nova empresa de turismo espacial, possa licenciar a SpaceShipOne. Quatro anos mais tarde, fundou a Virgin Healthcare, uma rede de clínicas de saúde.
Mas nem todos os negócios pensados por Richard Branson deram certo. A Virgin Cola, sua marca de refrigerantes, lançada em 1994, não teve grande êxito. O mesmo aconteceu com a varejista de automóveis na internet Virgin Cars.
Homem de muitas ideias, Richard também desenvolveu projetos na área social e de filantropia. Foi através de uma conversa dele com o músico Peter Gabriel que surgiu a semente do The Elders, organização formada por figuras conhecidas dos direitos humanos e ativistas pela paz, colocada em prática por Nelson Mandela em 2017.
Também usou sua imagem e seu dinheiro para chamar a atenção para crises humanitárias no Sudão, leis homofóbicas em Uganda e defende o fim das armas nucleares, da pena de morte e pede pela descriminalização do uso de todas as drogas no Reino Unido.
Hoje, Branson tem uma disputa com Jeff Bezos pela conquista do espaço. Ambos os bilionários têm investido em viagens espaciais turísticas. A nave de Branson, a SpaceShipTwo Unity, já fez três testes de voos no espaço, sendo o último deles em maio deste ano. Na semana passada, a empresa recebeu autorização da Federal Aviation Administration dos Estados Unidos para colocar membros pagantes do público a bordo, abrindo caminho para o tão esperado voo do empresário. Por conta disso, as ações da Virgin Galactic subiram 25% nas negociações no pregão afterhours, no momento, elas estão em alta de mais de 15%, com a companhia avaliada em US $11,9 bilhões. Nesta sexta-feira, 2 de julho, Branson informou que deverá partir para uma viagem semelhante em 11 de julho, nove dias antes. “Eu realmente acredito que o espaço pertence a todos nós”, disse Branson, em um comunicado.
Autor: Hugo Soeiro | linkedin
Fontes: InfoMoney, Neofeed, Suno, Techcrunch, Thought Economics, Forbes, Sustainable Value Investors, O Globo.
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