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  • LMF São Carlos

Explicaê 6.4 - E Agora? O que vai acontecer com o Brexit?


Como tudo começou?

O Reino Unido ingressou na Comunidade Econômica Europeia, precursora da União Europeia, em 1973. Estabelecendo assim um mercado comum Europeu, a fim de obter o desenvolvimento econômico conjunto em todos os membros do bloco econômico.

Porém praticamente desde sua entrada existe o movimento da saída do Reino Unido do bloco, conhecido como Brexit (British exit), tendo o primeiro plebiscito visando à saída em apenas dois anos após a união, em 1975, sendo que a votação para a permanência do Reino Unido no bloco ganhou por 67% dos votos.

O assunto permaneceu congelado até a retomada em 2013 pelo antigo primeiro ministro, David Cameron, que prometeu um novo plebiscito nacional para encerrar de vez o assunto. Era inesperado que a crise dos refugiados acontecesse e acendeu a chama dos debates sobre imigração, levando a vitória do Brexit.

Recentemente a primeira ministra do Reino Unido, Theresa May, anunciou que deixará o cargo de premiê.

E com isso como fica o Brexit?

Em 23 de junho de 2016, os britânicos foram perguntados em uma votação se o país deveria permanecer ou deixar o bloco europeu, em que a maioria (52%) decidiu que o país deveria deixar o bloco.

Desde então o Reino Unido, liderado por Theresa May, vem tentando fazer o melhor acordo para esse “divórcio” que definiria como seria a saída do bloco, por esse motivo a proposta colocada pela primeira ministra ficou conhecido como “acordo de retirada”, pois não se preocupava como o que ocorreria após a “separação”.

Todavia a primeira ministra encontrou, em sua proposta, uma grande barreira na aprovação de seu acordo no parlamento britânico,uma vez que viu a proposta ser rejeitada diversas vezes pela mesma casa. Isso fez com que a esperança por um acordo antecedente à retirada fosse diminuindo, levando ao estado atual de uma saída sem acordo (ou “no-deal”) estar cada vez mais perto da porta do Reino Unido.

O “no-deal” em suma mostra que o Reino Unido falhou em encontrar consenso sobre os termos de sua saída do bloco. Isso significa que o país sairia sem nenhuma transição após o Brexit, cortando laços abruptamente de um dia para o outro.

A possibilidade dessa saída brusca tem deixado o mercado bastante preocupado e a população com medo de um futuro incerto, o que vem gerando uma onda de compras de produtos básicos, como remédios e itens de higiene pessoal, à fim de estocar caso ocorra o rompimento sem acordo.

No setor Industrial e Financeiro a história se repete, mais de 275 empresas financeiras movimentaram ativos e recursos avaliados em 925 bilhões de libras, além de milhares de funcionários do Reino Unido pertencentes ao bloco europeu devido ao do Brexit. A explicação destas companhias é o efeito negativo acima do esperado causado pelo processo de saída do Bloco Europeu, já que a Europa é o maior importador do Reino Unido e sua principal fonte de investimentos estrangeiros. Diversas empresas líderes ameaçaram retirar suas operações caso o Brexit aconteça, entre elas a Airbus que é responsável por 14.000 empregos diretos e mais de 100.000 indiretos. O governo fez uma projeção que se o Brexit passar, a economia do país será de 4% a 9% menor em 15 anos do que seria caso permanecesse no bloco.

Um período de transição foi proposto para permitir que Reino Unido e União Europeia formulem um acordo de comércio para permitir que empresas se organizem. Ou seja, se o "acordo de retirada" recebesse sinal verde, não haveria qualquer mudança na situação atual até o dia 31 de dezembro de 2020.

Mas todo esse processo vai ficar nas mãos de outro Tory, termo usado para membros do Partido Conservador Britânico, que será eleito até o fim de junho. Em seu discurso de renúncia May afirmou: “Meu sucessor deverá obter no Parlamento o consenso que eu não alcancei, mas para isso todas partes terão que estar dispostas a se comprometer”.

Figura 1 – Linha do tempo do Brexit.


Figura 2 – Esquema de possíveis possibilidades para os rumos do acordo de Brexit.


Impasses do acordo

● O valor que o Reino Unido deverá pagar à União Europeia por quebrar o contrato de parceria: cerca de 39 bilhões de libras (R$ 191 bilhões);

● O que vai acontecer com cidadãos britânicos que moram em outros países europeus e com os europeus que moram no Reino Unido: cidadãos europeus que já estejam no Reino Unido antes do Brexit e do fim do período de transição poderão manter os atuais direitos de residência e acesso a serviços públicos (o mesmo vale para britânicos que moram em países da UE);

● Sugerir uma forma de evitar o retorno a uma fronteira fechada entre a Irlanda do Norte (que é parte do Reino Unido) e a República da Irlanda (que é um país independente e faz parte da União Europeia).

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