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LMF São Carlos

ESG


Fonte: Green Plat


O que é ESG: ESG é a abreviação do termo Environmental, Social and Governance (Meio Ambiente, Social e Governança). É um conjunto de critérios e valores que norteiam a conduta das empresas e serve como critério para análise de investimentos, além das tradicionais métricas econômico-financeiras. Podemos destacar algumas práticas dentro de cada um dos critérios, como por exemplo:

Ambientais: uso de recursos naturais, eficiência energética, poluição...

Sociais: inclusão e diversidade, direitos humanos, políticas e relações de trabalho...

Governança: ética e transparência, independência do conselho...


História do ESG: A sigla ESG surgiu em 2004 numa publicação de um Pacto da ONU em parceria com o Banco Mundial e logo na mesma época um relatório mostrando a importância da integração do ESG na avaliação financeira também foi publicado. Tais movimentos foram essenciais e base para a criação, em 2006, do PRI (Princípios do Investimento Responsável), que também serve de embasamento para investimentos sustentáveis. Desde então o ESG veio se tornando cada vez mais presente e a pandemia da COVID-19 acabou funcionando como catalisador para esse tema, trazendo ainda mais importância para as questões sociais e ambientais.



Fonte: ESG de A a Z - XP


ESG no Brasil: O movimento no Brasil, quando comparado com o cenário internacional ainda é tímido, mas nos últimos meses o assunto vem ganhando relevância na pauta dos investimentos. A pandemia deixou claro a interdependência que temos como nações, empresas e indivíduos e que consequências de uma produção e modelo econômico não sustentável pode gerar uma cadeia de consequências negativas. Pensando nisso, as empresas do futuro, serão aquelas que se preocupam não somente com seus stakeholders mas sim com um conjunto de práticas e ideais que vão além do âmbito empresarial. Diante disso, o movimento de interesse observado internacionalmente na temática ESG faz acreditar em bons indícios de seu crescimento no Brasil.


ESG e Investimentos: Existem alguns fatores que indicam o porquê da importância da incorporação do ESG nos investimentos: 1) Os consumidores estão se comportando de maneira diferente e isto leva as empresas a se reinventarem; O engajamento dos investidores vem promovendo um fluxo de capital que cresce para ativos ou fundos que estejam em conformidade aos princípios do ESG, ao mesmo tempo, existe também um fluxo de investidores que procuram desvincular suas participações em empresas que não seguem este caminho. Considerando isso, seria interessante que as empresas estejam dispostas a mudar para atrair uma base maior de clientes. 2) A regulação exige cada vez mais que tópicos como ESG estejam na agenda dos investidores e 3) o ESG vem se mostrando como um sinal eficaz de “alfa”, ou seja, de geração de retorno acima do mercado. Alguns dados demonstram a diferença de desempenho quando os critérios ESG são postos em pauta pelas empresas: Em 2009 a NYSE (Bolsa americana) subiu +295% e, quando observamos o índice FTSE4Good US Index (contém as empresas com melhores posições em termos de ESG) o número é de +345%, totalizando um “alfa” de +52 pps.

No Brasil temos um índice chamado ISE - Índice de Sustentabilidade Empresarial, ele é o indicador do desempenho médio da cotação dos ativos de empresas que são reconhecidas pelo comprometimento com o desenvolvimento sustentável. Ao compararmos o IBOVESPA com o ISE, no mesmo período, os desempenhos foram de +202% e +269% respectivamente, sustentando o sinal eficaz de alfa desempenhado pelas práticas ESG.


Como incorporar os fatores ESG em seus investimentos: Existem diferentes estratégias que são utilizadas para incorporação dos fatores ESG nos investimentos, abaixo abordaremos algumas. Lembrando que as estratégias se complementam não existindo errado ou certo.


Filtro negativo: é basicamente a exclusão de investimentos em setores, empresas ou países que ferem critérios específicos ESG.

Filtro positivo: neste caso, os investidores incluem em suas carteiras, ativos que atendem aos critérios ESG.

Best in class: funciona como um ranking. Alguns critérios ESG são selecionados para avaliação de um determinado ativo, e com base nisso, os melhores do ranking são definidos.

Integração ESG: incorporação dos fatores ambientais, sociais e de governança na análise financeira do projeto ou empresa, e assim analisando os impactos relacionados aos fatores e como influenciarão no futuro da empresa.

Investimento de Impacto: investimentos que são direcionados em ativos que visam a solução de problemas sociais ou ambientais, sendo que os impactos são mensuráveis. Impacto gerado + retorno financeiro é a performance do investimento.

Engajamento Corporativo: é conhecido também como ativismo acionário. Neste caso, ao invés dos investidores se desfazerem de suas posições, eles utilizam de suas participações acionárias para influenciar as estratégias da empresa na incorporação de práticas ESG.

A estratégia mais utilizada é o “Filtro Negativo” seguido da Integração de ESG. Mas como mencionado anteriormente, nenhuma estratégia exclui outra, ou faz com que sejam erradas ou certas, mais que isto, elas se complementam trazendo um filtro ainda maior para os investimentos.



Fonte: ESG de A a Z - XP



Portanto, o ESG é um tema que vem ganhando espaço no mundo dos investimentos e que retorna bons indicadores de eficácia. As avaliações tanto qualitativas quanto quantitativas dos critérios ESG se tornarão cada vez mais importantes e uma mudança - já iniciada - no padrão de investimento será necessária. É necessário que tanto os investidores quanto as empresas se adequem e preparem para este movimento que já se mostra como um caminho sem volta.



Escrito por: Laura Silva Lattaro


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