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Caso de Sucesso: Tesla

Poucas companhias atraíram tanta atenção nos últimos anos como a Tesla. Quando veículos ousados, como seu Cybertruck, recebem 200.000 pedidos logo na pré-venda (um quinto do que o veículo mais vendido no mundo vendeu durante todo o ano de 2018), vemos que talvez valha a pena estudar o motivo desta atenção.


Figura 1: Tesla Cybertruck


Para entender um pouco melhor esta empresa revolucionária, devemos primeiro conhecer seu fundador, Elon Musk, Figura 2. Durante sua infância, Elon passava tanto tempo concentrado em seus pensamentos que seus pais desconfiavam que ele possuía algum tipo de deficiência auditiva. Após o divórcio de seus pais, quando tinha dez anos, Elon começou a se interessar por computadores e com 12 anos, após aprender a programar por conta própria, vendeu seu primeiro software. Não demorou muito para que ele começasse a ter sucesso em sua carreira, fundando sua primeira empresa, Zip2, em 1995 e vendendo-a pouco depois, em 1999, por 340 milhões de dólares, se tornando multi milionário antes dos 30 anos.

O sucesso não parou por aí. Com o lucro dessa venda, Elon e seu irmão Kimbal fundaram a X.com no mesmo ano, uma empresa de meios de pagamentos, sendo vendida 3 anos depois para o eBay por 1,5 bilhões de dólares e se tornando a empresa que hoje conhecemos como PayPal.


Figura 2: Elon Musk e o foguete Falcon Heavy


Imediatamente após esta venda, Elon fundou sua terceira empresa: Space Exploration Technologies Corporation, a SpaceX. Com a missão de otimizar as viagens espaciais e o sonho de Elon de colonizar marte, a SpaceX teve um tremendo sucesso, fazendo história em 2012 quando se tornou a primeira empresa privada a enviar uma espaçonave para a estação espacial internacional. Já em Dezembro de 2015, a SpaceX deu início a uma nova revolução, quando pela primeira vez na história obteve sucesso no lançamento e pouso de um foguete feito com partes reutilizadas, baixando extraordinariamente os custos de viagens espaciais. Embed: https://www.youtube.com/watch?v=HVqWEoyiaBA


Em paralelo a este sucesso, em 2004 Elon foi contatado por três jovens que buscavam investimentos para sua empresa, ainda em fase inicial e com apenas três funcionários, mas com uma proposta inovadora de carros elétricos. Elon então decidiu investir 6,5 dos 7,5 milhões de dólares de investimento que a empresa buscava, se tornando assim presidente do conselho de diretores. Esta empresa era a Tesla Motors.

Desde o início, Musk insistiu na estratégia a longo prazo da Tesla de criar um veículo elétrico de produção em massa acessível, começando pela criação de um esportivo de luxo, voltado para os early adopters, e depois ir movendo-se para veículos comuns e mais acessíveis.

Atualmente os modelos vendidos pela Tesla embarcam o ápice da tecnologia disponível. Desde materiais altamente tecnológicos até extravagâncias como maçanetas retráteis e portas “asas de gaivota”. Tudo isso aliado a imensa atenção que o CEO Elon Musk faz questão de atrair, lançando modelos extremamente ousados. Como o Cybertruck, Figura 1, que alia um design futurístico com uma resistência extrema, alta capacidade de carga e desempenho comparável a superesportivos. Tudo isso utilizando 100% de energia elétrica renovável, disponível na tomada da sua casa, ou em qualquer uma das estações de carga da própria Tesla, onde 15 minutos de carga possibilitam até 220 km de autonomia, gratuitamente.

Além disso, impossível não citar o piloto automático 100% autônomo, disponível em todos seus modelos, novamente revolucionando a indústria com a promessa da eliminação dos erros causados por falha humana, que caracterizam a vasta maioria dos acidentes de trânsito.



Todos estes esforços têm gerado resultado: em Julho deste ano a Tesla ultrapassou a Toyota em valor de mercado, se tornando a empresa automotiva mais valiosa do mundo. Este desempenho é mais assustador ainda, dado que a companhia registrou um ano sem prejuízo pela primeira vez em 2019. “2019 foi uma reviravolta para a Tesla”, afirmou a própria empresa.

Este valor ainda gira muito em torno de expectativas. No passado a Tesla ganhou fama de queimar seu caixa, alimentando suspeitas de uma crise, onde a falta de caixa impactaria em suas operações. Entretanto a expectativa da Tesla é que o lucro continue seguindo positivo, com exceção de períodos de lançamento de novos modelos.

Estes riscos e expectativas fazem parte da trajetória de uma empresa pioneira. Se a Tesla irá se tornar uma gigante lucrativa, não podemos ter certeza. Mas a certeza que temos é que as surpresas estão longe do fim.

Autor: Gianfranco Avença Fisco

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